Projetos

MESA DE GRIOT, 2018 – até o momento

instalação permanente no Ateliê Terreiro, dimensões variáveis

“Acervo Aruanda (desde dezembro 2018) documentos arquivísticos da Mesa

Construí uma mesa de trabalho preparada com objetos de guias afro-brasileiros do Terreiro de Umbanda, nela tem guias, rosários, sementes, ervas, cruz, toalha branca, fotos, papéis em branco, lápis, tinta, giz pemba, incensos, defumadores, velas, diversos elementos que misturam dois ambientes: arte e terreiro. É uma mesa de trabalho de artista e também uma instalação. Contém seus documentos arquivísticos organizados pelo nome “Acervo Aruanda” (desde 2018), trazendo minha visão cosmovisional artística.  

Nomeei a mesa de “Mesa de Griot” porque conheço muitas histórias contadas por velhos ancestrais da época da escravização, histórias que vou transferindo por desenho e/ou aquarela, escrita de textos em forma de cartas, elaboração de instruções artísticas para trabalhos arte e livros e cadernos de artista. A “Mesa” é uma plataforma de trabalho para mim e ao mesmo tempo é uma obra, uma instalação permanente montada em meu ateliê. 

Propostas realizadas pela artista que não foram exibidas mas são importantes para a sequência e desdobramento do percurso da prática artística.

Gira desenhos de liberdade – série mesa de griot

desenho, retratos dos ancestrais Pretos Velhos à grafite, dimensão 20 x 30 cm

Os desenhos estão sendo realizados desde 2018 pela artista na “Mesa de Griot”. São retratos de muitas Pretas e Pretos Velhos ancestrais que contam algum dado da sua vida para a artista e, em seguida, ela os desenha.

O vídeo apresenta a coleção desses retratos em desenhos. Duração 4min35seg

Gira Macumba- série terreiro, 2018

Fotografia, manuseios de ervas, sementes e flores sobre pano, dimensão 100 x 80 cm

O trabalho foi realizado numa Gira de Pretos Velhos, num Terreiro de Umbanda, no qual a artista enquanto filha de santo rodante, desloca a “macumba” para sua casa-ateliê, após a manipulação feita pelo Guia no Terreiro. As fotografias realizadas pela artista são closes dos detalhes dessa ação do Guia afro-brasileiro.

GIRA filha de aruanda – SÉRIE TERREIRO, 2018

fotografia, mão da artista e arruda, dimensão 28 x 40 cm

Nessa série, a artista utiliza a arruda trazida da Gira de Pretos Velhos do terreiro, onde ela trabalha como filha de santo rodante, para recordar manuseios da erva durante o transe, misturando o que foi vivenciado com o Guia com as impressões sentidas pela artista

Gira Filha de Aruanda, 2018

Série Esteiras de Passagem, 2018

Objeto, diversos utensílios dos Guias Pretos Velhos sobre esteira de taboa, dimensão 100 x 150 cm

A esteira, usada nos terreiros, compõe um quadro, que tenha os referenciais da vida de pessoas escravizadas, quando encarnados. O  nome dado ao trabalho se refere a passagem desse corpo escravizado para o plano espiritual denominado Aruanda, onde estão os Guias Pretos Velhos.

Esteira de Passagem de Maria Conga
Esteira de Passagem de Pai Cipriano

Série pontos bordados riscados, 2019

Objeto, patuás e ponto bordado sobre pano de algodão, dimensão 74 x 70 cm 

O trabalho tem  referência nos rituais sagrados de matriz africana, onde ao oferendas são realizadas no chão, assim como os pontos riscados pelos Guias e Orixás, por isso, o trabalho é exibido no chão.

Oferenda de Preta Velha
74 x 70 cm

Oferenda de Preto Velho
74 x 70 cm

marcas da escravização , 2018

fotografia, desenho do corpo da artista esculpido sobre a parede, dimensão 168 x 100 cm colaboradores: Luísa Horta (desenho), César Jordão e Rodrigo Nunes Rodrigues (escultura)

Minha proposta nessa obra foi relembrar o hábito de enterrar pessoas escravizadas na parede da Casa Grande ou Senzala realizado durante a escravização pelos senhores de escravizados para efeito moral aos outros, muitas vezes, as pessoas eram enterradas vivas. Por abominar essa prática, decidi deixar exposto em uma parede, a marca de tantas almas que sofreram esse tipo de castigo. O trabalho foi realizado durante o Doutorado em Artes no ateliê do Galpão PPGAV UFRJ.